Nesta última segunda-feira, 23 de junho, a vereadora Sol de Verão foi barrada na entrada do gabinete do prefeito de Jaru/RO, ao tentar participar de uma reunião que discutia o fechamento das ruas que dão acesso à BR-364.
A reunião, de interesse público evidente, contou com a presença de deputados, autoridades estaduais, federais, comandante da PM, Presidente da ACIJ, Presidente da OAB, representantes da sociedade civil e vereadores da base aliado Chefe do Executivo.
O bloqueio foi determinado pela chefe de gabinete adjunta, Ana Lúcia Campos, advogada e assessora direta do prefeito, que impediu o acesso da parlamentar mesmo diante do caráter institucional do encontro.
Após o impedimento, a vereadora acionou a Polícia Militar e registrou boletim de ocorrência, denunciando o ocorrido como um ato de censura institucional e uma tentativa clara de cercear sua atuação parlamentar.
“O gabinete do prefeito, dentro da prefeitura, é um espaço público. O fato de eu ser oposição não dá ao prefeito o direito de me impedir de participar de uma reunião que trata de interesses da população Jaruense”, declarou a vereadora Sol de Verão.
A Prefeitura de Jaru divulgou um vídeo nas redes sociais, no qual o prefeito afirma que a reunião foi “muito produtiva” e que “várias deliberações foram feitas”. No entanto, nenhuma informação concreta foi apresentada sobre as decisões tomadas, e não houve qualquer justificativa para o impedimento da vereadora de participar de uma reunião oficial.
O episódio, amplamente comentado nas redes sociais, representa um grave ataque à democracia e ao exercício do mandato parlamentar. Em mais de quatro décadas de história do Estado de Rondônia, esta é a primeira vez que um prefeito impede formalmente uma vereadora eleita de cumprir sua função constitucional: fiscalizar, participar, representar o povo e defender os interesses públicos.
Ao transformar o gabinete da Prefeitura em um espaço restrito apenas aos aliados políticos, o prefeito fere os princípios republicanos como da impessoalidade, moralidade, legalidade e da transparência, desrespeita a independência entre os Poderes e ataca diretamente a legitimidade do voto popular que colocou a vereadora no cargo.
Este caso não pode ser normalizado. Ele não diz respeito apenas à vereadora Sol de Verão, mas a todos os cidadãos de Jaru e do estado de Rondônia, que merecem uma gestão transparente, democrática e acessível a todos os representantes do povo e não apenas aos escolhidos do prefeito.